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domingo, 20 de janeiro de 2008

Minhas mãozinhas.

Fiquei horas sentada naquele banco de praça a olhar para minhas mãos. O que poderia ter nelas que fez com que a cigana madrilena se assustasse? O que guardava o meu futuro?
Senti minha barriga roncar, tão entretida que estava que nem percebi que já era hora do almoço. Meu corpinho lindo é muito lindo, deu cinco horas da tarde e ele prontamente me avisa que está na hora de papá.
Procurei um restaurante simples para fazer uma refeição rápida, nada muito chique pois estava com pressa, tinha que voltar a meu posto.
É muito ruim comer fora de casa, principalmente aqui em Madrídi que não tem um self-service e pior, não tem nenhum lugar que venda um PF gostoso.
Adentrei ao Catranius, sentei-me e chamei gentilmente o garçom. Não sei porque mas chamar o garçon é a parte que eu mais gosto.
- Buenas!
- Buenas.
- Escuta kérido, estoy mui famintá, querro comerrr...
- ¿Señora?
Ai meu saquinho, encontrei um espanhol não globalizado e que não sabe falar português. No mínimo esse moço deve ser da China. Por quê esses produtos chineses são tão vagabundos? Euzinha mesmo não compro nada que venha escrito "made in China". Bem, já que é assim queridos leitores, a partir de agora vocês irão acompanhar esse episódio dublado pois já ví que aqui na Espanha a tecla SAP não funciona.
- Fófis, o negócio é o seguinte: Eu passei o dia todo sentada no Parque do Retiro, uma cigana leu minha mão, eu to marcada para alguma coisa que ela não quis falar, sou brasileira e tô morrendo de fome. Que que tem de bom para forrar o bucho aqui?
- Senhora, temos muitas coisas boas. Quer ver o menu?
- Se eu quero ver home nu? Claro que quero. Que horas você sai do serviço?
Não havia reparado que Alonso, esse era o nome dele, era tão bonito e alto, tinha 1.95m de altura, ou seja, era o meu sonho de consumo.
- Senhora, eu saio daqui a uma hora, por qual motivo?
- Sabe o que é Alonso, eu estou hospedada no Hotel Ritz e a luz do meu quarto queimou, será que você poderia fazer a gentileza de ir lá trocar a lampâda para mim?
- Sim madame, claro que posso. Que horas que você quer que eu vá?
- Na hora que você sair daqui. E por gentileza vá do jeitinho que você está vestido. Não precisa nem se dar ao trabalho de trocar de roupa, ok?
O Catranius é meu restaurente preferido aqui em Madri, o atendimento é nota dez e sempre que estou na cidade venho aqui. O Cristian Sainz realmente é um ótimo Chef.
- Alonso fófis, por obséquio me chame o Cris.
- Sim senhora.
Cris é uma graça, assim que me viu (viu? kkkk) foi logo berrando.
- Garota querida! Que saudade de você. Tem um tempão que não te vejo.
- Claro que tem um tempão que você não me vê fófis. Aliás, tem um tempão que você não vê um monte de gente. Como está meu ceguinho super-hiper-mega-blaster-que tudo?
-Estou bem, muy bien. E você?
- Melhorada fófis. Cristian é o seguinte, gostei muito desse garçom, o Alonso, estou deixando uma gorjetinha para ele e lhe peço que o promova a maitre daqui, certo?
- Sim Garota. Aqui você não pede, você manda.
- E outra coisa, pedi ao Alonso para ir até meu quarto trocar uma lampâda que queimou e preciso que ela vá agora, pode ser?
- Claro! Alonso, deixei tudo aí e siga a Garota até seu quarto.
- Bem Cris estou indo. Como sempre o seu restaurante está divino. Xero Fófis.
Saímos eu e Alonso do Catranius, pegamos um ônibus e em poucos minutos estavamos em meu quarto.
Não sei porquê mas tive a sensação de que as castanholas hoje iriam berrar até...

Um comentário:

A CASA ROSA disse...

Me diga Garota, afinal o povo quer saber: Alonso trocou a lâmpada?