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sábado, 26 de abril de 2008

Ausente,

Não irei começar esse post pedindo desculpa, não dessa vez.
Fiquei longe daqui uns tempos simplesmente porque aquele motorista do táxi que peguei no aeroporto era tudo de bom. Ai meus sais!
Falei "era" porque realmente era. Não sou Garota de ficar muito tempo com o mesmo homem. Homens enjoam a gente rapidinho.
Bem, voltando:
Entrei no táxi bestificada com a beleza daquele homem, alto, queimado pelo sol da Grécia, sorriso maravilhoso e dentes brancos, iguais aos de comercial de creme dental.
Como eu falei que conhecia Atenas como a palma de minha mão, ele começou a seguir pelo caminho correto até o hotel. Ao ver que ele estava sendo honesto comecei a ficar preocupada, logo chegariamos e eu perderia ele. Foi então que tive a brilhante idéia.
- Motorista de táxi grego, quero lhe confesar uma coisa. Eu menti quando disse que conhecia Atenas, na verdade não conheço nada aqui. Se o senhor quiser dar umas voltas pela cidade com o intuito de me enganar e depois ficar brincando com meu dinheiro, esteja à vontade.
O danadinho entendeu o meu recado e ficou dando voltas em torno do aeroporto.
Fiz a linha educada e perguntei seu nome.
- Agenor, senhora.
- Agenor??? Nossa, que nome lindo! - essa era a deixa. - Agenor kérido você é o homem que eu sempre procurei sabia? Você corresponde ao significado de seu nome? Você é bravo, soberbo e viril?
Ele sorriu para mim, com aquele sorriso de quem havia acabado de usar close-up.
- Sim Garota, sou isso e um pouco mais.
Começamos a nos amar ali mesmo, dentro daquele táxi. Era perna minha para o alto, perna pra baixo, mao no câmbio, pegada no freio de mão... foi tudo de bom.
Ficamos exatos 44 dias nos amando dentro daquele táxi em movimento, só paravamos para abastecer o carro e lavar as partes.
Agenor dirigia muito bem, rodamos a Grécia inteira e todo mundo olhava admirados eu grudada naquele homem dentro daquele táxi. Nosso corpo se tornou um só.
Às vezes acontecia de eu machucar minha cabecinha no pedal do freio mas isso era totalmente aceitável. Do que jeito que eu estava eu bebia até fumaça.
Legal foi no dia que acenderam a tocha olimpíca. Por um acaso eu estava com a cabeça erguida e a ví, era tão linda e não pude me conter! Gritei na hora:
- Agenor, a tocha, a tocha... A tocha Agenor!
Nesse momento Agenor me pegou com força, colocou em seu colo, dirigia olhando só com um olho por cima de meu ombro e berrava:
- Tô atochando Garota, tô atochando.
- Ai Agenor, A tocha... a tocha... Atocha Agenor!!!!

To be continued...