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quarta-feira, 12 de março de 2008

αθήνα

Ah, nada como aterrisar no aeroporto Eleftérios Venizelos e logo começar a ouvir Mikis Theodorakis.
Me sinto tão bem nesse país, é como se eu estivesse em casa. Esse trânsito louco, os taxistas querendo enrolar a gente nos percursos (taxista é tudo igual em qualquer lugar do mundo), o povo falando alto. Às vezes eu esqueço e acho que estou no Brasil.
Bem, terminei de pegar minhas coisinhas e resolvi ir para o Electra Hotel Atenas, por sinal um ótimo hotel pois fica perto de tudo.
Quando estou aqui na República Helênica evito ao máximo dirigir, faço tudo que tenho de fazer de metrô e o Electra fica a apenas 50 metros da estação.
Por sorte não tinha fila para pegar o táxi, coloquei minha bagagem próxima a ele e fui atender meu telefone.
- Alô...
- Oie Garota, cê tá boa?
- Melhorada fófis. Quem está falando?
- Alzira meu bem.
- Gorda Alzira!! O que você quer?
- Nada querida, simplesmente falar que este seu vestidinho está meio passadinho...
- Aonde você está Gorda Alzira?
Fiquei rodando no saguão do aeroporto que nem um girocóptero tentando localizar essa terrorista.
- Nem adianta me procurar Garota, você não irá me achar aqui. Só liguei para lhe dar um recado: A Cigana me falou o que viu em sua mão!
- Alô, alô, alô...
Desligou. Essa Gorda Alzira sempre foi de fazer isso. Começava a contar a história e quando ia para a parte boa ela se calava. Mas espera aí, o que ela está fazendo aqui? Tenho que informar Ed imediatamente.
- Alô Ed, sou eu, A Garota. Adivinha quem acabou de me ligar...
- A Gorda Alzira.
- Uai Ed, como você soube?
- Nosso serviço de informação nos informou que ela e Jorge chegaram ontem à Grécia. Me aguarde que eu estou indo para aí.
- Senhora, podemos partir?
- Sim motorista de táxi grego, por favor me leve pro Electra, lá na praça Syntagma. E nem tente ficar dando voltinhas à toa que eu conheço Atenas como a palma da minha mão.
Nesse momento olhei para ele. Incrível, não tinha reparado que havia escolhido o motorista mais gato!
Ele é um verdadeiro deus grego...

terça-feira, 11 de março de 2008

Depois do barraco.

Resolvido o problema dos meus fofinhos brasileiros, chegou a hora de resolver um probleminha meu.
Tem uma semana que estou aqui em Madríd e não consegui achar aquela cigana.
Tenho que saber o que ela viu de tão grave em minhas mãozinhas.
Já rodei por todos os parques da cidade e nem sinal dela, fico angustiada só de saber que pode acontecer de eu não a encontrar mais, mas o que devo fazer?
Acho que vou dar mais uma volta pela city para procurar essa mujer. Devo fazer uma lista com os locais que eu já fui?
Eureca!!! Já sei o que devo fazer!
Procurar, lista...
Devo procurar o telefone dela na lista telefônica. Ai Garota, você realmente é um gênio!
Gosto muito desses países desenvolvidos, não é que achei o telefone dela na lista telefônica?
Cá está: Cigana Espanhola de Madrid!
Vamos lá, vamos lá... atende logo esse telefone...
- Alô...
- Alô, bom dia, ó como vai você? É da casa da Cigana?
- É sim, quem está falando?
- É a Garota.
- Oi Garota, tudo bem?
- Tudo ótimo fófis e com você?
- Comigo está tudo bem, também.
- Que bom, fico feliz em saber. Escuta darling, será que eu poderia dar uma palavrinha com a Cigana.
- Ah Garota, que pena. Se você tivesse ligado cinco minutos antes, poderia sim falar com ela. Acontece que mamy´s acabou de entrar no táxi. Ela está indo para o aeroporto.
- Aeroporto? Nossa, que chique! No Brasil as ciganas costumam ficar nas rodoviárias.
- Não Garota linda, mamy´s não foi trabalhar no aeroporto não, mamy´s está indo para Grécia.
- Grécia? Céus, tenho que corrrer. Obrigada fófis.
- Por nada Garota. Que dia você aparece aqui para tomar um café conosco?
- Em breve fófis, em breve.
Desliguei o telefone e fui fazer minha mala. Como pode ela ir para Grécia assim sem mais nem menos?
Ao terminar de arrumar minha malinha, o telefone toca. Era o Ed.
- Garota, o que você está fazendo?
- Oiiii Ed. Acabei de arrumar minha malinha e estou indo para o aeroporto. Vou para Grécia.
- Fazer o que na Grécia Garota?
- Vou cuidar de um assunto particular de minha pessoa, Ed.
- Certo Garota. Mas não se esqueça de que você está em missão.
- Pode deixar Ed, não me esquecerei.
- Ah Garota, que idéia louca foi aquela de sair andando pelada no aeroporto?
- Gostou lindo? Então...
- Gostei muito Garota, não só eu como o resto do mundo. Sabia que já me ligaram querendo lhe chamar para posar nua?
- Eu posar nua Ed? Estão ficando loucos? Você acha que eu vou sair por aí mostrando minha intimidade para os outros? Se ligarem de novo fale que eu não aceito esse tipo de coisa. Xau Ed, Xero da Garota!
Aonde já se viu isso... eu sou uma Garota séria, respeitável e pudica. Minha pixirica não é para ficar sendo exposta para todos não!
Grécia, aí vou eu...

segunda-feira, 10 de março de 2008

Barraqueira sim!

Estava me preparando para ir tomar meu desjejum quando meu celular tocou.
- Garota, precisamos de sua ajuda! Só você pode nos ajudar!
- Mas o que houve?
- Garota, venha aqui no aeroporto de Barajas, rápido.
Sai correndo feito uma louca pelas ruas de Madríd até chegar ao aeroporto. Chegando lá não acreditei no que meus olhinhos estavam vendo. Um monte de brazucas presos em uma salinha ordinária. Fui procurar o responsável por aquela zona.
(Tecla SAP ligada)
- Escuta meu bom, quem é o responsável por isso aqui?
- Tu é brasileira também Garota?
- Sim, sou.
- Pra dentro então, anda.
Aquele espanhol grosseiro foi segurando meu braço e me empurrando pra dentro. Aí não prestou não...
- Escuta aqui seu espanhol ordinário, por um acaso você sabe com quem está falando? Tire essas patas imundas de cima de mim agora! Eu sou a Garota, linda, loira e japonesa!
- A Garota linda, loira e japonesa? Ó Garota, mil perdões.
- Perdão é o caralho seu morador do subúrbio da Europa. Chama logo o responsável por essa confa aqui.
Não demorou nem dois minutos e chegou o dito cujo.
- Pois não Garota, em que posso lhe ajudar?
- Pode começar se colocando no seu lugar. Para você eu sou DONA Garota! Escuta espanholzinho xexelento, quero saber que babado é esse aqui, por quê vocês estão criando caso com essas pessoas?
- Ah Garota, ops..., Dona Garota, eles não podem entrar em território europeu.
- E eu posso saber por quê?
- Ordens a serem seguidas imposta pela Comunidade.
- Comunidade é? Você tá louco? Porque non te calas? Quem gosta de comunidade e segue ordens dela é o Netinho de Paula, aquele das cohabs paulista. Escuta aqui seu espanhol de merda, vou falar só uma vez: Libere todos eles agora! Entendeu?
- Mas...
- Mas é o Carajo! Você é surdo seu espanhol porco? Libere agora e não quero ouvir um pio!
Às vezes precisamos descer do salto e rodar a baiana. Aonde já se viu esses suburbanos europeus quererem tirar onda conosco? Eu vou te contar. Preconceito com brasileiros. Será que eles acham que nós queremos trocar nosso país lindo e maravilhoso por aquela "porquera" de lugar? Bem, aquele espanhol maricon liberou todos meus amiguinhos, tudo resolvido. Mas claro que não podia faltar meu discurso final.
- Esta vendo essas roupas aqui? Eu comprei na Zara! E cada pecinha de minha roupa custa o equivalente a uns dois meses do seu salário. Sabe o que faço com elas?
Todos no aeroporto ficaram boquiabertos quando comecei a tirar minha roupa, fiz um montinho no chão e toquei fogo ali mesmo.
- Olha o que eu faço com as roupas dessa lojinha da terra de vocês! Eu toco fogo mesmo! A partir de hoje nenhum pano imundo espanhol cobre minha pele!
Sai andando somente com meu salto 15, fiquei nua em pelo. A espanholada toda me olhava boquiabertos e meus amiguinhos brasileiros puderam seguir viagem tranquilos.
Peladona e de salto, ainda deu tempo para uma última esnobada:
- Margareth kérida, preciso de um favor. Venda todas as minhas ações do banco Santander, depois vai lá e encerra minha conta!
Logo mais a tarde eu vou embora daqui, claro que antes irei procurar aquela cigana.
E terei um prazer enorme em dizer, quando estiver partindo,